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Brasil tem longo caminho a percorrer em inovação

05/06/2014


A demanda por inovação cresceu, assim como a concessão de crédito. Mas ainda é pouco para o Brasil. Foi o que afirmou nesta quarta-feira (4/6) o presidente da Finep, Glauco Arbix, no Fórum Inovação, Infraestrutura e Produtividade, realizado pelo Estadão em parceria com a financiadora, no Teatro CIEE, em São Paulo. "Nos últimos anos nosso investimento em inovação multiplicou por sete, chegando a R$ 6,4 bilhões, e nossa meta é chegar a R$ 15 bilhões este ano. Mas a nossa engenharia ainda carece de um impulso maior”, destacou Arbix. Segundo ele, "o Brasil está começando a compreender que inovação é a chave não só para sobreviver, mas também para aumentar a competitividade e conquistar mercados dentro e fora do País”.

O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), João De Negri, lembrou que "iniciativas como o Finep 30 Dias foram fundamentais para o avanço que tivemos nos últimos anos, mas precisamos ir além”. "Aprendemos a trabalhar com demanda e precisaremos trabalhar com encomendas tecnológicas. Precisamos dar esse salto e não temos muito tempo”, opinou De Negri, que completou. "Talvez tenhamos até que rever a qualidade da ciência que desenvolvemos no País. Vamos ter que aprender a fazer algumas coisas que não sabemos fazer e que não temos instituições preparadas para fazer”.

Nessa linha, o presidente da Finep ressaltou alguns números do Plano Inova Empresa, lançado em março de 2013 pelo Governo Federal. Com 12 programas diferenciados, o Inova Empresa teve dotação de R$ 32,9 bilhões e chegou a uma demanda agregada de R$ 93,4 bilhões. Arbix também salientou que a produtividade está estagnada no Brasil desde os anos 80 e que, de lá para cá, apenas dois setores responderam ao desafio da produtividade: a agricultura e a área de serviços, em especial a de serviços financeiros: ”Eles inovam, são mais ágeis”.

Outro ponto levantado por Glauco Arbix foi a necessidade de o País aumentar o investimento em tecnologia. "Hoje, temos mais tecnologia numa fatia menor da indústria. Tem empresa brasileira investindo 6,7% do faturamento líquido em P&D”, afirmou o presidente da financiadora. "Para viabilizarmos um salto na competitividade é preciso unir empresas, universidades, centros de pesquisa e governo para calibrar o foco das políticas industriais. O Brasil tem base para dar um salto em CT&I. Nos últimos 20 anos, a ciência e a inovação cresceram rapidamente no País”., concluiu.

Já De Negri frisou que inovação causa aumento de investimento: "Toda vez que a empresa figura em pesquisas como inovadora, no ano seguinte o seu investimento é maior, o que gera um impacto positivo na produtividade. Isso não acontece em todos os países. No Brasil acontece”. Para ele, o aumento na qualidade do investimento é o ponto crítico do debate. "O Brasil precisa ampliar a forma e a qualidade de como investe no País. A maior parte das empresas usa recursos próprios e as atividades que envolvem risco tecnológico precisam de investimentos públicos mesclados com privados”, disse De Negri.

Plataformas do Conhecimento

As chamadas Plataformas do Conhecimento, que serão lançadas pelo MCTI na próxima semana, também foram lembradas por Arbix. No escopo do programa estão previstas medidas como atrair profissionais altamente qualificados do exterior para atuarem em subprogramas e dotar as plataformas de regime especial de compra e contratação de pessoas. De acordo com o presidente da Finep, as áreas a serem alcançadas por essas ações são agricultura, saúde, energia, aeronáutica, manufatura avançada, tecnologia da informação e Amazônia: "A ideia é lançar editais públicos para dar conta da demanda de interesse nacional. As plataformas terão durabilidade de 10 anos e serão avaliadas por resultados”. Segundo De Negri, o programa vai englobar "de 10 a 20 grandes plataformas no País, com cerca de R$ 25 bilhões em recursos”.

Também participaram da abertura do fórum Ruy Martins Altenfelder, presidente do Conselho de Administração CIEE, Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado e David Kupfer, assessor da presidência do BNDES.

Leia também as matérias sobre o primeiroosegundo e o terceiro painéis do Fórum.

Fonte: FINEP - 04/06/2014