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MCTI e Embrapii lançam Rede de Inovação em Transformação Digital

11/03/2021


 

Foi lançada no último dia 10 de março a Rede MCTI/Embrapii de Inovação em Transformação Digital, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social supervisionada pelo MCTI. A proposta é intensificar projetos de PD&I de maior complexidade tecnológica e incentivar o uso e o desenvolvimento de tecnologias digitais aplicadas ao processo produtivo da indústria nacional, tais como de Internet das Coisas (IoT), Manufatura 4.0, Conectividade, entre outros. Em cinco anos, serão pelo menos R$ 80 milhões disponíveis para projetos da indústria brasileira.

Com transmissão ao vivo, o evento contou com a participação do ministro do MCTI, astronauta Marcos Pontes e do diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães. O ministro ressaltou o potencial do "tripé” da ciência, tecnologia e inovações para alavancar o desenvolvimento, como observado em outros países e a transformação digital faz parte desse futuro.

"Ela [transformação digital] é uma entidade transversal; precisa ser tratada dessa forma e esta é sem dúvida uma de nossas prioridades”, disse. "Com o trabalho da Embrapii e do ministério com as empresas, ICTs, universidades, nós podemos, sim, alavancar a economia deste país”.

O diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, destacou a simplicidade do modelo da organização social. "Isso tem resultado no sucesso que alcançamos em poucos anos de operação da Embrapii”, afirmou. "O lançamento hoje dessa nova rede possibilita a inovação aberta e o segmento é importante para explorarmos nos próximos anos os recursos que vem do modelo operacional da Lei de Informática e do Rota 2030”.

Participaram ainda da cerimônia de abertura, presencialmente, o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo Alvim, o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTI, José Gontijo, e o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii, José Luis Gordon. Por videoconferência, participaram o presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores – SINDIPEÇAS, Dan Ioschpe, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – ABINEE. Humberto Barbato, a presidente executiva da P&D Brasil, Rosilda Prates, o superintendente do Instituto Eldorado e presidente da Rede MCTI/Embrapii de Inovação em Transformação Digital, Roberto Soboll, o gerente de Inovação do Sebrae Nacional, Paulo Renato. Representantes das empresas de Internet das Coisas (IoT) também contribuíram com depoimentos: o diretor de Inovação da Novus, Marcos Dilemburg e o CEO da Taggen Soluções IoT, Werter Padilha.

Financiamento

O apoio financeiro aos projetos de empresas poderá chegar a até 50% do valor total com recursos não reembolsáveis. A expectativa é alavancar os recursos investidos e, em cinco anos, gerar mais de R$ 160 milhões em projetos de inovação, na medida em que o modelo de financiamento da Embrapii/MCTI exige a contrapartida financeira por parte do setor empresarial.

Além do recurso, oriundo da Lei de Informática e do Programa Rota 2030, a rede formada por 21 Unidades Embrapii vai disponibilizar profissionais qualificados e equipamentos de ponta para o desenvolvimento de produtos inovadores e modernização dos processos produtivos de qualquer segmento industrial.

Projetos voltados para desenvolvimento de carros conectados e autônomos ganham destaque na rede: o desafio é revolucionar como nos locomovemos. Outro grande desafio é o apoio a startups deep techs, aquelas com maior densidade tecnológica. A proposta é reduzir, além do risco tecnológico, o risco mercadológico, e acompanhar o desenvolvimento do produto desde a pesquisa até sua chegada ao mercado.

Também será desenvolvido um modelo inédito para apoiar projetos de P&D realizados por consórcio de empresas na etapa pré-competitiva. Será a união de empresas de diferentes portes, startups e Unidades Embrapii para o desenvolvimento de novas rotas tecnológicas em áreas estratégicas.

Estrutura da Rede

A Rede de Inovação vai se organizar em quatro comitês técnicos: operacionalização; startups; infraestrutura e veículos autônomos e mobilidade. A presidência será rotativa e ficará em um primeiro momento sob a liderança do Instituto Eldorado.

O Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, e mais sete instituições privadas parceiras vão participar do Conselho Consultivo da Rede, que definirá a estratégia e diretrizes de atuação. São elas: Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação (P&D Brasil), Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO) e Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e Associação Brasileira das Empresas Software (ABES).

Modalidades de Fomento

Serão quatro modalidades de fomento:

Tipo 1 – Projetos "tradicionais”
O primeiro tipo de projeto foca grandes e médias empresas, com Receita Operacional Bruta (ROB) maior que R$ 90 milhões no último ano. Elas recebem até 33% de aporte financeiro no portfólio nos projetos por parte da Embrapii – como é tradicionalmente feito nos projetos contratados pelas Unidades.

Tipo 2 – Projetos cooperativos, que envolvem duas ou mais empresas de diferentes portes para soluções
Tem o objetivo de incentivar a colaboração entre grandes empresas com empresas de menor porte, inclusive startups. Nesse caso, o valor financeiro aportado pela Embrapii pode chegar a 50% do portfólio do valor dos projetos. Pelo menos uma das empresas deve ter ROB igual ou inferior a R$ 90 milhões no último ano.

Tipo 3 – Projetos de pequenas e médias empresas e startups
Voltado para o negócio de menor porte, que está arriscando e desenvolvendo novas tecnologias. Pequenas e médias empresas e startups são importantes atores no avanço tecnológico, muitas vezes investindo em tecnologias com potencial disruptivo. Por isso, a ideia é dar um apoio maior a projetos desse segmento da Economia. A Embrapii, então, cobrirá os custos de até 50% do portfólio do valor do projeto de PD&I de empresas que tenham o ROB igual ou inferior a R$ 90 milhões (noventa milhões de reais), no caso das pequenas empresas, ou inferior a R$ 16 milhões (dezesseis milhões de reais), no caso das startups.

Tipo 4 – Ações complementares com startups – ciclo completo
A quarta modalidade é de ações complementares aos projetos de PD&I de startups, apoiando um ciclo completo de fomento. O intuito é que essas novas empresas transformem a tecnologia em um negócio de fato, em inovação. Isso porque as startups ainda estão em formação, requerendo assim apoio adicional para conseguirem levar os novos produtos ao mercado ou para se colocarem como uma fornecedora confiável de uma outra empresa. Assim, a Embrapii também dará contrapartidas para dispêndios como homologações ou certificações, provas de conceito, lotes piloto, registro de propriedade industrial, além de serviços de assessoria qualificada em inovação, design, modelagem de negócios, entre outros, desde que relativos ao projeto de P&D originalmente desenvolvido em parceria com a Unidade Embrapii.

* O vídeo de lançamento da Rede MCTI/Embrapii de Inovação em Transformação Digital está disponível pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=T2nQEyB6z1g

(MCTI – 10/03/2021)