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Com mais inovação, Brasil deve ampliar participação no comércio mundial

21/05/2018


Se essas três políticas estiverem focadas na melhora do ambiente de inovação, aumento dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e integração do Brasil ao mundo, o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, calcula que o país alcançará um novo patamar de competitividade.

"Nossa expectativa é que com o avanço da Indústria 4.0 no Brasil, o país aumente sua inserção nas cadeias globais de valor e eleve sua participação no comércio mundial de bens e serviços. O ambiente do mercado internacional estimula a busca pela competitividade e pela inovação. Empresas internacionalizadas inovam mais, pagam melhores salários e geram divisas para o Brasil”, diz Abijaodi.

Um bom exemplo de atuação global no país é a fábrica da GE Celma em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ela é a única filial da General Eletric Aviation no mundo a montar motores novos fora dos Estados Unidos.

Nos últimos anos, a unidade brasileira se tornou a maior oficina de revisão e montagem de motores aeronáuticos da América Latina, com faturamento superior a US$ 2 bilhões. Com seus 2 mil colaboradores, atende a clientes de revisão de motores da GE nos cinco continentes. Hoje, 95% de todo o volume de trabalho da Celma chega de fora do Brasil.

"O mercado doméstico está começando a se aquecer, vivendo alguns momentos de expansão, mas eu diria que de forma moderada e com limites que a aviação internacional não nos impõe. A Celma não seria a empresa que ela é hoje trabalhando apenas para o mercado local”, explica o diretor-presidente da GE Celma, Julio Talon.

A Celma oferece o menor prazo na revisão de turbinas no mundo. São 65 dias contra 80 dias da média global, o que ajuda a atrair e fidelizar clientes. Entre eles, estão empresas americanas que enviam seus motores para Petrópolis, mesmo tendo a opção de buscar uma unidade da GE Aviation nos Estados Unidos. A fábrica também atende companhias áreas também na África, Ásia, Europa e Oceania.

A primeira pergunta de qualquer cliente é: como a GE Celma consegue ser competitiva baseada no coração da área serrana fluminense, a quilômetros de um porto? Não é simples. O sucesso da GE Celma ocorreu pelo foco no mercado externo, investimento em recursos humanos, inovação e grande preocupação com a logística.

Julio Talon diz que faz questão de usar logística door to door para que o cliente não perceba que está a 8 mil quilômetros do seu principal fornecedor. "Nosso cliente nos Estados Unidos, por exemplo, remove o motor na base dele dentro do hangar da linha aérea, nós vamos lá, pegamos, trazemos esse motor, testamos e entregamos de volta dentro do hangar dele”, diz.


(Portal da Indústria - 15/05/2018)