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Brasil e Irã elegem nanotecnologia como tema para acelerar cooperação

19/04/2018


Brasileiros e iranianos devem trabalhar juntos em projetos de nanotecnologia nos próximos anos. A decisão saiu da 1ª Reunião do Grupo de Trabalho Brasil-Irã de Ciência, Tecnologia e Inovação, no dia 10 de abril, no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Também estão no horizonte esforços em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), financiamento a pesquisa industrial, parques tecnológicos e mobilidade acadêmica.

"Precisamos acelerar a nossa colaboração, porque nossas pesquisas têm potencial de crescer juntas, e um primeiro tópico a ser explorado seria a nanotecnologia”, apontou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Maximiliano Martinhão.

Ele sugeriu enviar uma delegação do ministério para o 11º Festival Internacional de Nanotecnologia, o Iran Nano 2018, de 6 a 9 de outubro, em Teerã, para avançar nesse objetivo.

Martinhão também convidou os empresários da delegação iraniana a investir no país. "O Brasil está aberto a negócios, e o MCTIC quer trazer companhias estrangeiras para atuar no nosso ecossistema de inovação”, disse.

Já o diretor de Políticas e Programas de Desenvolvimento, Fabio Larotonda, apresentou um panorama de políticas e estatísticas brasileiras em atividades científicas.

Para o chefe do Centro de Cooperação Internacional em Ciência e Tecnologia da Vice-Presidência de Ciência e Tecnologia do Irã, Ali Morteza Birang, o encontro em Brasília ajuda a enfrentar um ambiente de desconhecimento mútuo. "Existe certa falta de informação de ambos os lados, ao menos em relação a tudo que sabemos de universidades dos Estados Unidos e da Europa”, exemplificou. "Temos boas relações com Rússia, Índia e China, entre os países dos Brics, mas sentíamos falta do Brasil. Agora, estamos dando o primeiro passo para mudar isso. Os potenciais da cooperação vão bem além de projetos isolados. Juntos, podemos alcançar objetivos comuns em maior velocidade.”

O diretor de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Benedicto Fonseca Filho, destacou o fato de o encontro ocorrer no contexto da visita do chanceler Mohammad Javad Zarif à capital federal. "Nós temos uma expectativa muito alta para essa cooperação, para explorar oportunidades abertas pelo memorando de entendimento assinado em 2009. O documento coloca esse grupo de trabalho como responsável por coordenar a sua implementação e avaliar o progresso de suas atividades.”

Cooperação

Estabelecidas em 1903, as relações diplomáticas entre Brasil e Irã ganharam força na última década, inclusive em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), a partir do memorando de 2009. As conversas foram retomadas em novembro de 2016, com a 4ª Comissão Bilateral Econômico?Comercial, em Brasília, quando o subcomitê de cooperação em CT&I elencou sua pauta prioritária: biotecnologia, nanotecnologia, ciências cognitivas, TICs, parques tecnológicos e saúde.

Segundo o coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Convergentes e Habilitadoras do MCTIC, Leandro Berti, os dois países ensaiaram uma primeira investida em nanotecnologia em 2010, por meio de uma missão ao Irã e da realização de um workshop no Rio de Janeiro. Apresentado à delegação estrangeira por Berti, o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano) pode estabelecer parcerias com o Conselho da Iniciativa de Nanotecnologia do Irã (Inic, na sigla em inglês), representado no encontro do grupo de trabalho por seu diretor de Indústria e Marketing, Reza Asadifard.

A diretora de Políticas para a Transformação Digital do MCTIC, Miriam Wimmer, expôs ao iranianos a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital, o Plano Nacional de Internet das Coisas e o programa Start-Up Brasil. Em TICs, os dois países estudam cooperar em pesquisa e desenvolvimento sobre hardware, software, empreendedorismo tecnológico, políticas cibernéticas e computação cognitiva, além de facilitar o intercâmbio de especialistas.

O gerente substituto de Agronegócios e Alimentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), André Fernandes, relatou debates do Seminário em Inovação, Tecnologias Sustentáveis e Manejo de Água, realizado pela Embaixada do Brasil em Teerã em outubro de 2017. Fernandes sugeriu chamadas conjuntas com o Fundo para Inovação e Prosperidade (IPF), agência congênere da Finep.

(Agência ABIPTI - 13/04/2018)